Didaticamente, o brainstorming trata-se de uma atividade feita por duas ou mais pessoas onde as ideias são despejadas e exploradas sem modéstia ou timidez, findando em uma reunião dos melhores conceitos. A técnica foi desenvolvida pelo publicitário Alex Osborn.
A esmagadora maioria dos heróis foi criada por duplas dinâmicas nos primórdios dos quadrinhos, muito presentes a partir de 1930. Superficialmente, tratava-se de um roteirista e um desenhista. Entretanto, entre eles há o brainstorming. A troca de ideias foi determinante para criações eternas que, se fossem feitas por uma única mente, dificilmente ocorreriam de forma tão bem sucedida. Artistas como Stan Lee e Jack Kirby, Bill Finger e Bob Kane, Jerry Siegel e Joe Shuster, dentre tantos outros, uniam suas imaginações em discussões de múltiplas ideias a fim de chegar a definição perfeita para cada novo herói.
Bill Finger e Bob Kane - Batman
Bob Kane |
Uma breve curiosidade: Devido às práticas editoriais da DC na época, todas as histórias do Batman foram publicadas como sendo de autoria de Bob Kane (Kane apresentado o personagem sozinho, sendo o criador "oficial"), o que significava que Finger não recebia nenhum crédito por seu trabalho. Até a sua morte em 1974, ele não obteve o reconhecimento merecido, e tornou-se sinônimo ("fingered") na indústria de quadradinhos quando se quer dizer que o autor não recebeu nenhum crédito por sua história. Hoje, em todas as produções que envolvam o Batman, Finger é devidamente creditado.
Steve Ditko e Stan Lee - Homem-Aranha
Lee na adaptação cinematográfica do Homem-Aranha |
Jerry Siegel e Joe Shuster - Superman
Siegel e Shuster |
"Super-man", vilão |
Mulher-Maravilha - Um brainstorming trivial
A criação da primeira super-heroína deve-se a uma pequena troca de ideias entre Dr. William Moulton Marston, dito criador, e sua esposa, Elizabeth Holloway Marston, contribuinte decisiva. William Moulton Marston, um psicólogo já famoso por inventar o polígrafo (precursor mecânico do laço mágico), teve a ideia para um tipo novo de super-herói, um que triunfaria não com punhos ou poderes, mas com amor. "Bom", disse Elizabeth. "Mas faça-lhe uma mulher." Ao fim, também, haviam punhos e poderes.
Quarteto Fantástico - Brainstorming incial em um campo de golfe
Em 1961, o editor-chefe da Timely Comics (a editora precursora da Marvel), Martin Goodman, estava a jogar uma partida de golfe com o editor rival Jack Liebowitz da DC Comics. Liebowitz contou a Goodman sobre o sucesso que a DC estava a ter recentemente com a Liga da Justiça, um nova série que apresentava uma equipe formada por vários personagens de sucesso da editora.Baseado nesta conversa, Goodman decidiu que sua companhia deveria começar a publicar a sua própria série sobre uma super-equipe. Stan Lee, que estava prestes a deixar a indústria assim que seu contrato acabasse, associou-se ao desenhista Jack Kirby para produzir uma revista inovadora. Através de muito trabalho de brainstorming a dupla decidiu as prioridades do novo projeto; unir a ideia de família aos super-heróis, com problemas, falhas, desentendimentos e humanidade. Assim criaram o Quarteto Fantástico, um grupo por vezes disfuncional e emocional, sem máscaras ou identidades secretas, sendo a "primeira família" da Marvel. O título ditou o modelo de herói que tornou-se o standard para a editora ao longo dos anos, graças a colaboração criativa de brainstorming entre Lee e Kirby.
Senhor Fantástico, Mulher-Invisível, Tocha-Humana e Coisa, o Quarteto. |
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